"Here we are in lands of China..."
Nestas férias, entre o final de Julho e o início de Agosto, os andarilhos foram "viajeiros" pelas distantes terras da China. O prolongado silêncio deste blog foi também uma consequência da nossa ausência (no meu caso de três semanas) e de tudo o que já fizemos após o regresso...
Flor de Lotus nos jardins do Palácio de Verão em BeijingA viagem foi proporcionada pela minha participação na Conferência da International Association of School Librarianship, IASL2007 em Taipei, onde fui apresentar uma comunicação que elaborei em co-autoria com duas colegas (a Ana Bela do Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares e a Manuela Barreto Nunes).
Cerimónia de Abertura do 36ª Conferência da IASL
Para além de assistir às comunicações dos outros participantes, a Conferência do IASL deu-me ainda a oportunidade de visitar algumas bibliotecas escolares e duas bibliotecas "nacionais" (pois em Taiwan não têm apenas uma...).
Biblioteca da Taipei County Ching Shui High School
Após a conferência voei para Hong Kong, onde os "andarilhos viajeiros" se encontraram e iniciaram a viagem de férias. Depois de apanhar o ferry para Shenzen, voamos daquela cidade para Beijing (pois fica muito mais económico do que voar directamente de Hong Kong para Beijing).
A capital mongol, a capital do Norte (que é literalmente o significado do Bei=Norte Jing=capital), a capital do Império do Meio, hoje capital da República Popular da China (um país verdadeiramente com dois sistemas: um político e outro económico...e não nos referimos a Hong-Kong ou Macau), é uma cidade imensa, ampla e interessante. Mas que seria muito mais agradável se o ar não estivesse tão poluído (não só de fumo, mas sobretudo das poeiras dos terrenos que a rodeiam, e do gigantesco estaleiro em que a cidade está transformada).
Centro do poder político do gigante asiático que despertou (e cujo despertar está a causar pesadelos e alucinações a muitas "boas almas" ocidentais), Beijing parece continuar a ser uma cidade imperial, com uma forte e visível presença dos diferentes "aparelhos" (administrativo e burocrático, partidário, militar e policial) que sustentam o estado central.
Caminho Imperial na Cidade Proibida
Hutong (bairro tradicional) em BeijingNos quatro dias que lá estivemos para além das visitas "obrigatórias" à Cidade Proibida, ao Palácio de Verão, à Grande Muralha (em Mutianyu) e a alguns Hutongs (os bairros tradicionais da cidade, que tem vindo a desaparecer para dar lugar a torres de apartamentos e centros comerciais), pudemos ainda conhecer o Mercado de Antiguidades, o Observatório Astronómico, o Zoo, a Gulou (Torre dos Tambores) e o mercado da Rua Wangfujing, que é a principal rua comercial de Beijing, e hoje está repleta de centros comerciais e lojas ocidentais.
Porta Meridiana (Wumen) da Cidade Proibida
Observatório Astronómico de Beijing
Grande Muralha em Mutianyu
Grande Muralha em Mutianyu
Palácio de Verão
Panda no Zoo de Beijing
Macaco Dourado no Zoo de Beijing
Banca de pincéis no Mercado das Velharias
Vendedora Manchu no Mercado de Velharias
Recordações de Mao no Mercado de Velharias
Uma das coisas de que gostamos muito em Beijing, como no resto da China, foi a comida. Procuramos comer em pequenos restaurantes frequentados por “autóctones”, onde a única forma de comunicar e pedir o que queríamos era apontar para as fotos dos pratos que alguns tinham nas listas, quase sempre com bons resultados, quer ao nível da comida, quer ao nível do preço. Já com preços quase ocidentais, pudemos ainda banquetear-nos (em sentido literal) com uma refeição no Restaurante da comida imperial Fang San, dentro do Parque Bei Hai.
Apesar da nossa curiosidade, e da abertura para novas experiências e sabores, não arriscamos provar alguns dos petiscos que se vendiam no mercado da Wangfujing, que vimos serem saboreados por alguns chineses....
Petiscos no mercado da Rua Wangfujing
Mais petiscos no mercado da Rua Wangfujing
Junto ao hotel onde ficamos (o Capital Hotel, na Qianmen Dongdajie, perto da Praça Tian An Men e da Cidade Proibida), descobrimos uma pequena frutaria de rua, onde fomos comprando diversas frutas e descobrindo novas delícias, como a olho de dragão.
Percorremos o centro de Beijing a pé, de riquexó (viagens que obrigavam a negociações prévias, e nem sempre terminaram como e onde desejávamos...) e de táxi. Os táxis, se excluirmos o problema da comunicação - é sempre necessário ter o destino pretendido escrito em chinês, ou transmitido em chinês - revelaram-se um excelente meio de transporte, económico e seguro, e os taxistas muito honestos: o taxímetro era ligado depois da partida, e o percurso efectuado foi invariavelmente o mais curto!
Nos dois últimos dias, passamos ao lado do complexo olímpico onde era grande a azáfama na conclusão da construção do estádio olímpico – o “Ninho de Pássaro”, que nos impressionou, mesmo ao longe -, do pavilhão dos desportos aquáticos – a “Bolha” – e da aldeia olímpica.
Ninho de Pássaro em construçãoSabendo que na cultura chinesa é atribuída grande importância aos números, e que ao 8 está associada uma carga positiva, a data de abertura dos Jogos Olímpicos de Beijing é quase perfeita: 8 horas do dia 8-8-2008...
Depois de passada a febre olímpica, que já se começava a sentir, e que estará ao rubro em 2008, esperamos voltar a Beijing, no início ou no fim de uma visita à China “profunda”, rural e montanhosa, que já sonhamos fazer em 2009. Para já aqui ficam mais algumas imagens de Beijing 2007...
Telhado na cidade proibida
Vista (muito) parcial do parque de estacionamento no exterior do Mercado de Velharias
Descansando...