1 de julho de 2007

Trilho de Campos com pessoal dos SDUM (e afins...)

Há umas semanas convidei as pessoas que trabalham comigo nos Serviços de Documentação da Universidade do Minho (SDUM), para partilharem o nosso gosto pelas caminhadas, acompanhando-nos num passeio no dia 30 de Junho.


Em face das respostas recebidas, com 10 pessoas interessadas e disponíveis para participar, mas na maioria sem qualquer experiência anterior e com condições físicas pouco apuradas, ou mesmo com limitações, concluí que deveríamos escolher um percurso que fosse fácil, do ponto de vista do traçado, da inclinação e do piso. Depois de alguma hesitação, acabamos por seleccionar o Trilho de Campos, situado em plena Serra da Cabreira, em Vieira do Minho.

É um percurso com uma extensão de cerca de 13,8km, que decorre entre os 755m (Ponte de Campos) e os 1090m (Charca dos Javalis), e na maior parte do trajecto por estradões florestais em terra batida. Depois de uma descida inicial, os quatro quilómetros seguintes são sempre a subir, mas com inclinações que raramente são acentuadas. É portanto um percurso fácil/moderado, que pode ser feito por qualquer pessoa.

Entre colegas dos SDUM, familiares e amigos, participaram nesta caminhada 14 pessoas. Partimos de Campos um pouco depois das 10H30m, cheios de energia e entusiasmo...

Frescos e animados na partida para a caminhada

O primeiro quilómetro é feito a descer para a Ponte de Campos, por um velho e bonito caminho rural, que nos últimos trezentos metros segue paralelo ao Rio da Lage, que a ponte atravessa. Neste troço pudemos observar um moinho abandonado (dos muitos que existiram no Rio da Lage).


Na descida para a Ponte de Campos, vendo-se as ruínas de um moinho

Depois de atravessar a Ponte de Campos iniciamos a subida até à Volta da Coroa. O primeiro quilómetro foi ainda realizado pelo antigo caminho rural . Aqui houve quem conseguísse observar uma raposa, junto à mina da Quebrada, que se avista bem do outro lado do Rio da Lage. Do mesmo local temos também uma bonita perspectiva do vale, com a aldeia de Campos e, mais ao fundo, os cumes do Gerês.

Vista para Campos (com o Gerês ao fundo) na subida para a Volta da Coroa

Apesar da inclinação não ser muito acentuada, esta subida inicial já exigiu algum esforço, uma certa dose de suor (mas sem sangue ou lágrimas...) a alguns dos que caminhavam pela serra pela primeira vez. Houve até quem consumisse logo ali a barra energética...

Depois do cruzamento da Volta da Coroa, a subida prossegue por um caminho florestal, inicialmente com árvores dos dois lados do caminho, mas que progressivamente se vai transformado numa espécie de fronteira entre dois mantos vegetais: à esquerda árvores (pinheiros, carvalhos, bétulas, etc.) e à direita os matos de montanha (carqueja, urze, etc.).

Subindo da Volta da Coroa para Chã de Coelhos

Esta fase do percurso revelou-se atribulada: primeiro por causa de umas lentes que tinham caído inadvertidamente, e depois por causa de um cajado que tinha ficado esquecido enquanto o grupo esperava por quem tinha ido procurar as lentes... À custa disso eu e o Elísio voltamos duas vezes para trás. Os quase cinco quilómetros a mais, com as duas idas-e-voltas que fizemos, permitiram contudo recuperar as lentes e o cajado!

Enquanto voltamos para trás para recuperar o cajado esquecido o grupo completou a subida até à Charca dos Javalis e prosseguiu até ao parque de merendas, local onde combinamos parar para descansar e comer.

A Charca dos Javalis é a zona da nascente do rio Tranquilho, um local lamacento e que no Inverno se encontrava alagado, ideal para os banhos de lama dos javalis. Este é também o ponto mais alto do percurso. Uns metros mais à frente, em dias com boa visibilidade, pode desfrutar-se de uma bela vista para um vasto conjunto de montes e montanhas a sul da Cabreira (chegando a avistar-se o Marão). Infelizmente, quando chegamos a este ponto, o céu estava com muitas nuvens e existia uma forte neblina que não permitia ver mais longe do que um ou dois quilómetros.

Assim, como não registamos imagens neste ponto, incluo aqui duas das várias fotografias que tiramos desse local quando realizamos este percurso no dia 2 de Janeiro de 2007.

Vista junto à Charca dos Javalis (Encosta da Bragada?) - Foto de 2007-01-02

Vista junto à Charca dos Javalis (Encosta da Bragada?) - Foto de 2007-01-02

Chegados ao Parque das Merendas, encontramos companhia: um grupo de amigos de S. Torcato que tinham decidido ir lá passar o dia, fazendo um piquenique, para o qual vinham muito bem abastecidos de comida, e bebida... Alguns dos nossos caminheiros (e em particular caminheiras...) ainda ajudaram os amigos de S. Torcato a consumir uns litros dos muitos com que se tinham prevenido...

Retemperadas as forças, retomamos a nossa marcha por volta das 14H, caminhando pelo estradão florestal, que é desabrigado, em direcção ao Cabeço do Escápio e à Tranqueta do Talefe, onde o caminho inverte a direcção (passando a seguir de Sul para Norte) e se inicia o regresso a Campos.

Nesta zona pudemos observar ao longe belos exemplares do gado barrosão.


Exemplares do gado barrosão, desfrutando do que a Serra da Cabreira lhes proporciona


Paisagem entre as Lamas do Curral e Carvalhas das Lamas de Urzeira

Um pouco mais abaixo, antes de chegar às Carvalhas das Lamas de Urzeira, várias pessoas avistaram uma ave de rapina. Por mais que tentasse não a consegui ver, e obviamente fotografar. Mas como foi na mesma zona onde em Janeiro avistamos uma ave de rapina, incluo aqui a fotografia que então tiramos, pois pode tratar-se da mesma ave.

Ave de rapina na zona das Carvalhas das Lamas de Urzeira - - Foto de 2007-01-02

A descida continuou a bom ritmo até ao Alto da Mata do Gago. A tão bom ritmo, que os pioneiros nem repararam que tinham de virar à direita, para outro caminho, e descer de novo para o Rio da Lage. Foi a nossa vez de aguardar por quem teve de fazer uma ida-e-volta de algumas centenas de metros...

Na descida para o Rio da Lage poder-se-ia desfrutar de novo de uma bela paisagem sobre Campos e o Gerês mais atrás (como o atesta a foto que tiramos em Janeiro e que aqui incluímos). Mas de novo a neblina e as nuvens nos impediam a visibilidade para além de algumas centenas de metros.

Vista sobre Campos na descida para o Rio da Lage - Foto de 2007-01-02

Depois de atravessado o pontilhão, voltamos a subir durante uns duzentos metros, passando ao lado das antigas minas de volfrâmio da Quebrada, onde algumas pessoas aproveitavam o tanque como piscina...

Chegamos a Campos por volta das 4H da tarde, ou seja pouco mais de cinco horas depois de termos partido. Após o cafézinho, pelo qual muitos ansiavam, de umas fatias de bolo de maçã da Luísa, de alguns minutos de descanso e da inevitável "foto de família"....

Os caminheiros, menos frescos, mas ainda animados e com vontade de petiscar...

... havia vontade de ir petiscar qualquer coisa. A sugestão de ir ao "Chalana" em Rita, Póvoa de Lanhoso, foi aceite por todos.

Mas quando lá chegamos, o "lanche" de petiscos, acabou por se transformar num jantar "temporão", pois comemos umas belas postas de bacalhau assado na brasa, regadas com verde branco ou tinto (conforme os gostos) pouco depois das 6H da tarde!!!!

Antes das 7H e já jantados...


As provas do "crime": os restos do "fiel amigo", e seus acompanhantes

E assim terminou uma caminhada agradável, que poderá ter sido apenas a primeira de várias que faremos com os caminheiros dos SDUM!

5 comentários:

Anónimo disse...

continuação de boas caminhadas, em especial pela Serra da Cabreira e parabéns pelo blog.

Anónimo disse...

Parabéns pelo blogue.
Irei passando por aqui...


medronho
http://umpardebotas.blogs.sapo.pt

Eloy Rodrigues disse...

Olá Medronho,

Obrigado! Esperamos fazer algumas caminhadas convosco. O Um Par de Botas tem sido uma inspiração e uma fonte de informação para nós.

Anónimo disse...

Parabens pelo Blog:) Continuação de boas Caminhadas :)

Cumprimentos do Grupo "100 Atalhos"

http://www.100Atalhos.com

Jomano disse...

Amigos pedestrianistas; parabéns por visitarem esta zona, que pessoalmente conheço muito bem,pois já fiz alguns dos seus percursos.
queria apenas deixar aqui uma pequena rectificação,sobre o facto de citarem o gado como raça barrosã, tal não é verdade, a própia raça barrosã tem a sua origem e denominação da zona do Barroso. ver:http://www.amiba.com.pt/historia.html
Ora a espécie que avistam na Cabreira é tipica desta zona e é conhecida como raça arouquesa.ver:http://www.ancra.pt/descriraca.htm
Cumprimentos e boas caminhadas.