Pelo Gerês com Miguel Torga
Vista de Rio Caldo e da albufeira da Caniçada do Miradouro da Boneca
“Há sítios do mundo que são como certas existências humanas: tudo se conjuga para que nada falte à sua grandeza e perfeição. Este Gerês é um deles."
Miguel Torga In "Diário VII"
Miguel Torga In "Diário VII"
No âmbito dos Serviços de Documentação da Universidade do Minho, onde trabalho, e das comemorações do centenário do nascimento de Miguel Torga que decorreram na Biblioteca Geral da U.M., organizamos uma caminhada Torguiana pelo Gerês, do Campo à Vila do Gerês (repetindo o percurso que tinha sido executado numa marcha organizada pela Câmara Municipal de Terras do Bouro).
A caminhada decorreu no dia 13 de Outubro, e na sua realização contamos com a colaboração do Sindicato de Poesia de Braga, da Associação de Antigos Estudantes da U.M. e da Câmara Municipal de Terras do Bouro. Um mês antes, em 9 de Setembro, o que estava para ser apenas um reconhecimento do percurso, feito por nós, pelo Jorge Louro e pelo Tiago, transformou-se afinal numa caminhada com treze pessoas.
No dia 13 fomos trinta cinco caminhantes, abençoados por um dia fantástico, com muito sol, mas sem excessivo calor, e excelente visibilidade.
Para além do prazer da caminhada, e do desfrutar das paisagens do percurso (Campo do Gerês-Lamas-Miradouro da Boneca-Miradouro da Fraga Negra-Vila do Gerês) tivemos ainda o privilégio de ouvir mais de uma dezena de textos (poesia e prosa) de Miguel Torga, ditos de uma forma excelente pela Marta Catarino e pelo Gaspar Machado, do Sindicato de Poesia de Braga, num cenário onde alguns deles tiveram a sua origem.
Primeira leitura de textos de Miguel Torga na partida para a caminhada na "Porta" de Campo do Gerês
Leitura de textos de Torga no Miradouro da Boneca
Leitura de textos de Torga no Miradouro da Fraga Negra
Quase todos os textos lidos foram extraídos dos Diários de Miguel Torga, e para além de passagens e poemas escritos no Gerês, foram também seleccionados outros com que se procurou exemplificar a importância da “terra” e dos “montes” no universo torguiano, e a paixão de Torga pela caminhada, pela subida das serras, pela exploração dos espaços naturais, pelo seu país (“Portugal! É por sabê-lo tão pobre e tão atormentado que o amo e o respeito tanto …” ), cuja realidade telúrica quis descobrir “pelos métodos de um almocreve”.
O percurso terminou no café Torga na vila do Gerês, onde se leram os últimos textos (incluído o que acima citei sobre Portugal) e onde cada qual procurou o que não teve no monte (no meu caso, a dose de cafeína...).
Leitura de textos de Torga no final da Caminhada, no Café Torga na Vila do Gerês
Definitivamente, aquele sábado 13 foi um dia de sorte!
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